terça-feira, 22 de maio de 2012

Eu estou cheia de lágrimas minhas, e cheia de dores e cheia desse auto controle hipócrita que tive que usar toda a minha vida. Foram-se os meus nervos, a minha paciência e a minha calma toda. Agora eu sou só um coracao, querendo sofrer muito e chorar muito e amar muito. Acabou o meu cinismo pra suportar gente fútil, acabou a minha cara de pau em dar sorrisinho de tudo que me fazia mau. Acabou a minha paz e toda a falsidade que eu fazia de mim mesma. Eu era alguém que queria sair por todos os meus poros e ficava sentada no sofá chorando com a novela das 8. Era eu em pé e todo mundo invejando toda aquela máscara que não me fez mal amada, mas fez ninguém me amar. Meu choros engolidos e minha calma enquanto eu contava até 10 viraram sangue quente e tudo que eu construí eu destruo agora chorando, falando e sendo. Porque sempre foi tarde pra ser o que eu não era, mas ainda é cedo pra eu ser o que eu realmente sou.
  Essa sou eu, provocando tudo que mais tenho de medo na vida, e querendo explodir. E querendo tudo. Essa sou eu testando os meus próprios sistemas internos que antes não eram alavancados, eram meio que enferrujados e automáticos. Eu engolia mosquitos, engolia vacas, me afogava no meu próprio cuspe pra não me expressar. Era o medo do julgamento. Eu tive toda a minha infância controlada por padrões supostamente enigmáticos que se afirmavam bem corretos. E todo o sentimento que eu mentia e desmentia. Era tanto amor, era tanto bem que eu queria fazer, que toda a África ficaria curada de todo sofrimento. Eu acabava sempre chorando aos cantos escuros e escrevendo tudo em folhinhas de rascunho, tudo era pequenininho pro meu grande desejo. Disse bem, era. Eu que sempre fui mulher-amor agora também sou mulher-real.
 E talvez ninguém acredite agora na minha sinceridade, nos meus " eu gosto de você", "eu tenho saudades" ou " você é importante" que eu tenho dito pra tanta gente. Mesmo assim eu não condenaria ninguém ja quepude ser cega e me perdoei tanto tempo depois. Mas disso tudo eu aprendi que ser por inteiro é importante e ser de mentira é ruim, e piora mais ainda no final. Se perdoe. E seja veraz e plena(o). Acredite, não conte tantas mentiras, nem sobre você..porque um dia de tanto contar isso pode acabar virando verdade.