Que
as nossas vidas não podem tomar um rumo por si só, que quem dá um rumo pra
nossas vidas somos nós. Nós, conscientes, racionais (ou não) e
“inteligentíssimos” é que temos esse poder. Na verdade, nós é que tomamos o
rumo, nossa vida só segue o que escolhemos. E nós seremos sempre o fruto do que
escolhermos. Isso foi alguém que me disse por telefone quando conversávamos
sobre o diferente rumo que as nossas vidas poderiam tomar daqui pra frente se
por ironia do destino perdêssemos o contato. Eu dei minha opinião e disse que
ele pularia no açude velho pra ser comido pelos jacarés, e o meu destino na
opinião de alguém seria bem pior, eu me casaria com um desses mauricinhos
qualquer, teria cinco filhos e deixaria minha profissão de psicóloga pra cuidar
da casa. Aí não, né? Mas alguém me disse que só perderíamos o contato se de
fato escolhêssemos isso, ou se eu conhecesse alguém, ou se ele conhecesse
alguém. Então se no caminho da padaria eu conhecesse alguém (ai que clichê), eu
seria a culpada? Não faz sentido. E se eu amo muito uma pessoa, e quero muito
ficar com essa pessoa e pretendo realmente ficar com essa pessoa, e eu escolho
ficar com essa pessoa para sempre, mas essa pessoa definitivamente não me
corresponde, não me escolhe, então o rumo que eu tomaria não estaria sendo o rumo
que eu realmente escolhi, não é mesmo? Mas aí alguém me disse que nós só somos
capazes de controlar o rumo das nossas próprias vidas, e que as decisões de
outras pessoas não devem nem podem jamais afetar a nós mesmos ou às nossas
decisões. No fundo eu achei isso um pouco improvável, porque na minha humilde
opinião, de uma forma ou outra uma decisão que uma pessoa toma em relação a mim
pode me afetar e muito sim. Se um indivíduo toma uma decisão em relação a mim,
e se essa decisão de fato me magoa, então a decisão que essa pessoa tomou me
afeta de certa forma, não? Então eu perguntei pra alguém o que ele faria se eu
decidisse desligar o telefone naquela hora e nunca mais o atendesse. “Com
serenidade e compreensão eu aceitaria, e sabe qual seria minha decisão em
relação a sua decisão? Nenhuma. Porque eu não posso te obrigar a querer falar
comigo ou gostar de conversar comigo. O mínimo que eu posso fazer é tomar a
decisão de conquistar sua atenção e dar tudo de mim pra que isso aconteça.” Foi
só isso que ele respondeu. É difícil conversar com gente inteligente, é difícil
na medida em que é raro encontrar alguém assim, então eu me esforço. E entre
farpas e outras ele me perguntou “iaí, como estou me saindo?” “Em relação ao
quê?” “Por acaso eu estou conseguindo conquistar sua atenção?” “hmm.. Eu
sobreviveria sem você.” Daí nós rimos, e rimos, e rimos, e rimos, e dormimos
rindo. Foi uma conversa “mó astral” que eu quero que se repita algumas vezes
ainda. Ainda bem que alguém não sabe que eu escrevo nesse blog, magina que
chato se ele soubesse que eu conto os minutos pra 23:33 pontualmente. Sempre
tão pontual. Ele poderia perder a vontade de se esforçar pra conquistar minha
atenção mais que conquistada e nada seria como é. Viva ao tempo que passa, e
viva La vida, e viva ao nosso senhor Jesus Cristo. ;)